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Reforma Tributária 2025: O Fim do Simples Nacional Está Próximo?

A Reforma Tributária tem sido um dos temas mais debatidos nos últimos anos no Brasil. Com a promulgação da Emenda Constitucional 132/2023, que estabelece uma mudança profunda no sistema de tributos sobre consumo, muitas dúvidas surgem, principalmente entre pequenos empresários e optantes do Simples Nacional.

Afinal, o Simples Nacional vai acabar? As vantagens desse regime serão mantidas ou extintas? O que muda de fato em 2025 para quem é MEI, ME ou EPP?

Neste guia completo, vamos esclarecer:

  • O que a Reforma Tributária realmente propõe;
  • Como ela afeta o Simples Nacional;
  • Quais são os riscos e oportunidades;
  • O que esperar para o futuro;
  • Como sua empresa pode se preparar desde já.

O que é a Reforma Tributária de 2025?

A Reforma Tributária aprovada pelo Congresso visa simplificar o sistema de tributos sobre o consumo, substituindo cinco tributos atuais por dois novos:

  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que substituirá PIS, Cofins e IPI;
  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que substituirá ICMS (estadual) e ISS (municipal).

Esse novo sistema será aplicado por meio de uma transição gradual até 2032, com início de testes a partir de 2026.

O objetivo central é eliminar a cumulatividade, reduzir litígios, tornar o sistema mais neutro e transparente, e melhorar o ambiente de negócios no Brasil. Mas, para as empresas do Simples Nacional, as implicações são mais complexas.


O Simples Nacional Vai Acabar?

Tecnicamente, não. O texto da Emenda Constitucional 132 mantém o Simples Nacional como regime simplificado de tributação para microempresas (ME), empresas de pequeno porte (EPP) e MEIs.

No entanto, na prática, parte das vantagens atuais do Simples pode deixar de existir.

Isso porque o novo modelo propõe:

  • Tributação separada da CBS e IBS, mesmo para empresas do Simples;
  • Exclusão parcial da unificação de tributos, tirando a principal característica do Simples (pagamento em guia única – DAS);
  • Riscos de aumento da carga tributária para determinadas atividades, especialmente prestadores de serviços.

Ou seja, o Simples continuará existindo, mas com características muito diferentes das atuais. Isso levanta a dúvida: vale a pena continuar no Simples depois da reforma?


Principais Vantagens do Simples Nacional em Risco

O Simples Nacional foi criado para desburocratizar e incentivar a formalização de pequenos negócios. Entre os seus maiores atrativos estão:

  1. Guia única de pagamento (DAS)
  2. Tributação unificada com base no faturamento
  3. Alíquotas reduzidas
  4. Isenção de obrigações acessórias federais
  5. Acesso a crédito e compras públicas facilitado

Com a Reforma Tributária, alguns desses benefícios estão ameaçados:

1. Fim da unificação total dos tributos

Com a criação do IBS e da CBS, parte dos tributos deixará de ser recolhida pela guia DAS. A empresa do Simples terá que calcular e pagar separadamente o IBS e/ou CBS em certas operações, principalmente quando atuar fora da sua cidade ou estado.

2. Perda de isenção na substituição tributária

Atualmente, empresas do Simples muitas vezes estão isentas da substituição tributária de ICMS e ISS. Com a unificação para o IBS, essas isenções podem ser extintas ou reduzidas.

3. Perda de competitividade em serviços

Para prestadores de serviço com alta folha de pagamento (Fator R), o Simples oferece alíquotas reduzidas. Com o fim do regime unificado, muitos podem perder essa vantagem e pagar mais tributos.


Como Vai Funcionar a Tributação no Novo Modelo?

De acordo com o texto aprovado:

  • As empresas do Simples Nacional continuarão recolhendo tributos como hoje (DAS), com exceção do IBS e da CBS, que poderão ser cobrados à parte.
  • Haverá possibilidade de creditamento do IBS e da CBS por empresas em regime normal, mesmo comprando de empresas do Simples — o que reduz uma antiga distorção do sistema.
  • Para a empresa do Simples, haverá necessidade de adaptação contábil e fiscal, o que pode gerar mais burocracia e custos operacionais.

Vantagens da Reforma para o Simples Nacional

Apesar dos desafios, nem tudo são más notícias. Veja algumas vantagens possíveis para os optantes do Simples Nacional com a nova reforma:

1. Crédito de IBS e CBS para quem compra do Simples

Antes, muitas empresas evitavam comprar de empresas do Simples, pois não podiam aproveitar crédito de ICMS ou PIS/COFINS. Com a nova regra, isso muda.

Isso pode:

  • Aumentar a competitividade do Simples;
  • Melhorar o acesso ao mercado para pequenas empresas;
  • Estimular parcerias com grandes empresas.

2. Fim da guerra fiscal

Com a unificação do ICMS e ISS, e o recolhimento no destino, os estados e municípios perderão o incentivo de criar regras específicas, o que favorece a padronização e previsibilidade para os pequenos.


Quem Pode Ser Mais Prejudicado?

A reforma pode prejudicar principalmente:

  • Prestadores de serviços com baixo número de funcionários, como profissionais liberais (consultores, designers, freelancers etc);
  • Empresas que vendem para outras empresas, e terão que destacar IBS/CBS;
  • Empresas que dependem da substituição tributária reduzida ou isenções específicas do Simples.

Por outro lado, comércio e indústria de pequeno porte podem ser menos afetados, e até beneficiados pela possibilidade de gerar créditos para seus clientes.


MEI e a Reforma Tributária

Para o MEI, ainda há muitas dúvidas. O texto aprovado não entra em detalhes sobre o impacto direto no MEI, mas há pontos de atenção:

  • O MEI pode ser obrigado a emitir nota fiscal com destaque de IBS/CBS;
  • Pode haver aumento da burocracia com obrigação de informações mais detalhadas;
  • O MEI pode ser visto como menos vantajoso por grandes empresas se houver perda de crédito em suas vendas.

Portanto, é essencial que MEIs acompanhem de perto as regulamentações, que ainda estão em discussão.


Como se Preparar para as Mudanças

A melhor forma de enfrentar as incertezas da reforma é se antecipar. Aqui estão 5 passos práticos para empresas do Simples Nacional:

  1. Faça um diagnóstico tributário da sua empresa;
  2. Avalie o impacto da CBS e IBS nas suas operações;
  3. Simule cenários de migração para o Lucro Presumido, se fizer sentido;
  4. Invista em contabilidade consultiva que ofereça suporte e planejamento fiscal;
  5. Acompanhe as regulamentações do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN).

Conclusão: O Simples Nacional Está Ameaçado, Mas Não Extinto

A resposta definitiva é: o Simples Nacional não vai acabar oficialmente, mas pode perder grande parte das suas vantagens atuais com a Reforma Tributária de 2025.

Isso exige atenção redobrada de empresários, contadores e profissionais autônomos.

Para quem quer manter a competitividade e continuar pagando menos impostos, será necessário:

  • Planejamento estratégico;
  • Monitoramento contínuo das mudanças;
  • Apoio de um bom escritório de contabilidade.

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