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Como calcular e pagar o pró-labore corretamente? Guia completo para empresários

Introdução

O pró-labore é um conceito fundamental para a gestão financeira de qualquer empresa. Ele representa a remuneração dos sócios e administradores pelo trabalho prestado, sendo uma alternativa ao pagamento de salário via CLT. No entanto, muitos empreendedores têm dúvidas sobre como calcular e pagar corretamente essa remuneração, evitando problemas fiscais e garantindo uma gestão eficiente.

Neste guia completo, vamos explicar como definir o valor do pró-labore, quais impostos incidem sobre ele e como registrá-lo de maneira correta para manter a empresa em conformidade com a legislação.


O que é o pró-labore e por que ele é importante?

O termo “pró-labore” significa “pelo trabalho” e refere-se à remuneração paga aos sócios ou administradores que exercem funções dentro da empresa. Diferente do salário de um funcionário CLT, o pró-labore:

  • Não dá direito a benefícios trabalhistas como férias, FGTS e 13º salário;
  • É tributado pelo INSS e, em alguns casos, pelo Imposto de Renda;
  • É fundamental para manter a empresa regularizada e evitar retiradas descontroladas de dinheiro.

Ter um pró-labore bem estruturado melhora a gestão financeira e evita problemas fiscais.


Como definir o valor do pró-labore?

Não existe um valor mínimo fixo para o pró-labore, mas ele deve ser definido com base em:

  1. Média salarial do mercado – O ideal é que o valor seja semelhante ao que um profissional na mesma função receberia no mercado.
  2. Capacidade financeira da empresa – A empresa precisa ter condições de pagar o pró-labore sem comprometer suas finanças.
  3. Obrigações previdenciárias e fiscais – O valor impacta no cálculo do INSS e do Imposto de Renda, que podem aumentar a carga tributária.

Dica: Um contador pode ajudar a definir o melhor valor para minimizar tributos e manter a conformidade legal.


Quais impostos incidem sobre o pró-labore?

1. INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)

O INSS é a principal tributação sobre o pró-labore. Ele deve ser pago tanto pela empresa quanto pelo sócio:

  • Sócio: Desconto de 11% sobre o valor do pró-labore.
  • Empresa: Deve recolher 20% sobre o valor pago.

Exemplo prático:

Se o pró-labore for de R$ 5.000:

  • O sócio pagará R$ 550 de INSS (11%).
  • A empresa pagará R$ 1.000 de INSS (20%).
  • Valor líquido recebido pelo sócio: R$ 4.450.

2. Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)

O IRRF é devido apenas quando o pró-labore ultrapassa a faixa de isenção da Receita Federal. As alíquotas seguem a tabela do IR:

  • Até R$ 2.259,20 – Isento
  • De R$ 2.259,21 a R$ 2.826,65 – 7,5%
  • De R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05 – 15%
  • De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68 – 22,5%
  • Acima de R$ 4.664,68 – 27,5%

Como pagar o pró-labore corretamente?

Para evitar problemas com a Receita Federal, o pró-labore deve ser pago seguindo estas etapas:

1. Definir o valor e formalizar o pagamento

O pró-labore deve estar registrado na contabilidade da empresa e ser pago de forma organizada, preferencialmente via transferência bancária ou PIX para o sócio.

2. Gerar a guia de pagamento do INSS

O recolhimento do INSS deve ser feito via Guia da Previdência Social (GPS). O código de pagamento correto é o 2003 – Contribuinte Individual.

3. Recolher o IRRF, se aplicável

Se o pró-labore estiver sujeito ao Imposto de Renda, a empresa deve calcular o desconto e emitir o DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais).

4. Emitir um recibo de pró-labore

A empresa pode emitir um recibo para comprovar o pagamento e garantir a transparência nas finanças.

5. Registrar a despesa na contabilidade

O pró-labore deve ser registrado como despesa operacional da empresa, reduzindo a base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).


Erros comuns ao pagar o pró-labore

  1. Não pagar o INSS – Isso pode gerar débitos previdenciários e problemas com a Receita Federal.
  2. Definir um valor muito baixo ou não pagar pró-labore – Pode ser visto como tentativa de sonegação fiscal.
  3. Misturar pró-labore com distribuição de lucros – A distribuição de lucros é isenta de impostos, mas não pode substituir o pró-labore.
  4. Não registrar o pró-labore na contabilidade – Isso pode resultar em multas e problemas fiscais.

Conclusão

O pagamento correto do pró-labore é essencial para manter a empresa regularizada e evitar complicações fiscais. Seguindo as orientações deste guia, os sócios podem definir um valor justo, recolher os impostos devidos e garantir uma gestão financeira organizada.

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